O Despertar - o que é e quais os seus sinais
- Monica Daguiar
- 1 de mai. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de mai. de 2021

"O despertar espiritual é um recordar. Não se trata de nos tornarmos algo que não somos. Não se trata de nos transformarmos. Não se trata de mudarmos a nós mesmos. É um recordar do que somos, como se soubéssemos disso há muito tempo e simplesmente tivéssesmos esquecido."
Adyashanti
O despertar da consciência ou despertar espiritual é o momento em que o indivíduo adquire um novo olhar sobre si mesmo, percebendo sua existência como ser espiritual em uma experiência material. O indivíduo passa a perceber e compreender o seu mundo interior e o mundo exterior sob uma perspectiva mais consciente e menos presa aos velhos conceitos e crenças de difusão e consumo em massa.
A seguir, alguns sinais comuns de uma pessoa que está despertando espiritualmente:
Menos é mais: Muitos diriam que são sinais de maturidade. A pessoa perde o interesse por coisas ou situações que já considerou importantes, como riqueza material e status social. A beleza está na riqueza interior, no silêncio, na simplicidade, e harmonia.
Necessidade de significado: O que os outros pensam ou esperam de você também perde importância, pois há a valorização das próprias necessidades, dos próprios valores, e a necessidade de motivação interior para fazer algo. Esse algo há de ter sentido para si e, se possível, servir ao bem maior. Os aplausos são dispensáveis.
Facilidade para se expor tal como é: Sem culpa e sem precisar se impor. É algo que acontece naturalmente. A pessoa desperta consegue se libertar da culpa e da pressão externa, permitindo-se ser ela mesma. Isso se percebe em todas as formas de expressão, desde o jeito de se vestir que respeita mais seu estilo e o que lhe é mais confortável, até o jeito de se portar, de se comunicar e de revelar seus sentimentos.
Maior conexão com a natureza: Se antes o desabrochar das flores passavam despercebido, agora, a pessoa é capaz de contemplar as nuvens e até perceber um dente-de-leão voando no meio de prédios cinzentos da metrópole mais agitada. O contato com a natureza transmite a serenidade que o automatismo dos dias úteis e do horário comercial rouba.
Mudança no hábito alimentar: Uma pessoa desperta tende a buscar mais tranquilidade e bem estar, portanto, é natural que mude a rotina de forma a deixar a correria e o junk food para trás. Com mais calma para comer, dá-se o luxo de escolher melhor o que come, podendo até rever sua alimentação por ter "tempo" de saborear e reconhecer os sabores direito.
Autorresponsabilidade e espírito de cooperação: Nada de transferir a culpa para ninguém. Cada um é responsável por si, pelo seu próprio destino. E não há motivo para competitividade, ao contrário, a vida é melhor quando todos se ajudam.
Desapego ao passado e o poder do agora: O que realmente importa é o presente. O passado foi um professor a quem deve-se gratidão, e o futuro ainda não existe. Portanto vive-se o agora.
Resumidamente, a pessoa que desperta reconhece a transitoriedade da vida, ou seja, tudo passa, a única constante é a mudança. A fisicalidade é um estágio de nossa jornada espiritual, uma oportunidade de aprendizado, crescimento e evolução. Questões materiais são temporárias, assim como a busca incessante pela saciedade do ego.
No entanto, tudo isso não significa que a vida do desperto é fácil. Aliás, o processo de despertar costuma advir de algum acontecimento traumático ou período de dor, algo que sacoleja a vida da pessoa, tirando-a do prumo e forçando uma reestruturação em sua vida, especialmente no aspecto emocional.
O lado positivo é que essa é a deixa para a pessoa se redescobrir e se reerguer com bases mais sólidas e saudáveis em todos os aspectos. A pessoa desperta também tem de lidar com mudanças que podem não ser muito agradáveis. Um novo Eu com novos valores, novas crenças, novos propósitos... certamente tudo isso afetará os relacionamentos, seja na família, no trabalho, com os amigos.
Nem todos compreenderão esse novo Eu e há de se ter paciência e sabedoria para administrar os conflitos que podem surgir, bem como evitá-los, se possível.
Quando a mudança interna acontece, a mudança exterior vem logo em seguida. Isso pode, sim, significar deixar para trás muita coisa, compromissos, e até pessoas. Na-tu-ral-men-te!
Se você está nesse processo de despertar, tenha paciência consigo mesmo(a), respeite seu momento, dedique-se carinhosamente a essa oportunidade de autoconhecimento, pois a dor vem da resistência à mudança.
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